quarta-feira, 16 de julho de 2008

A Ignorância

Uma coisa que eu não gosto é a ignorância.
Odeio.

Não a ignorância que surge pelo fato de não saber algo; eu seria hipócrita se assim fosse - é só ver o tanto de informação que existe no mundo, em qualquer área, em qualquer época da história, que se percebe que não há como saber tudo de tudo.
O que eu não gosto, o que eu não suporto, é aquela ignorância estúpida; aquela que provém da preguiça, da falta de vontade, do preconceito. É aquele tipo de ignorância arrogante, que acha que não há mais nada a saber sobre determinado assunto.
Por exemplo: Einstein.

É consenso geral que Einstein foi um gênio, isto pelo fato de ser ele o autor da Teoria da Relatividade - o que, na verdade, ele não é.
O conceito de Relatividade já existia em 1905, data que ele publicou o artigo. Na realidade, desde fins do séc XIX existia este conceito no meio acadêmico e científico. Einstein apenas "subiu nos ombros de gigantes" e deu uma de espertinho: foi lá, reuniu dados, finalizou, publicou o artigo, e BANG! ficou famoso. Por este feito ele deve ter o "apelido" de malandrão, não de gênio.
Mas ele foi brilhante em outras coisas, sim; o Efeito Fotoelétrico foi algo novo na época, mérito seu - e devemos lembrar que foi por isto que ganhou o Nobel em 1921. Ele tem seu mérito? Claro! Mas deixe claro o porquê deste mérito.

Outro gênio que eu posso citar aqui é Leonardo da Vinci. Ele foi um grande pintor, é verdade, mas eu não gosto quando apenas o conhecem pela Mona Lisa ou pela A Última Ceia.
Ele se destacou muito na pintura, é verdade; mas foi ainda um excelente anatomista, um brilhante engenheiro (projetou máquinas voadoras em pleno séc XV!!!), físico, botânico; n coisas. Não é à toa que ele é chamado de um homem à frente de seu tempo. Ele foi tudo isso, e só lembram dele por causa daquele livrinho polêmico que esteve no auge alguns anos atrás.
E isto tudo por comodidade; por aceitar tudo o que nos é enfiado garganta abaixo, agradecendo ainda por nos poupar até o trabalho de mastigar.

Eu mesma, por exemplo. Uma ignorante. Outro dia mesmo, estava lendo uma poesia parnasiana e adorei (tem um post antigo sobre isto) sem saber que era parnasiana; porque eu não ia muito com a cara do parnasianismo, e por isso nem quis me aprofundar mais no assunto. Puro preconceito. Ele veio e se instalou em mim, e eu, descuidada, deixei-o ficar.
(Mas tudo bem, já mandei a cartinha de despejo para ele.)
:)