O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. (Lya Luft)
Eu estava fuçando em uns blogs alheios e vi esta citação da Lya Luft.
Bom, nem preciso dizer que gostei né (Eu gostei!), e isto me lembrou um livro que eu li dela - aliás, o único livro que eu já li dela: A Asa Esquerda do Anjo.
Eu o li há muitos anos atrás, eu estava no terceiro ano, mas ele me marcou bastante... Adorei-o, foi um dos livros que eu mais gostei de ler.
Ela mostra uma incrível sensibilidade ao tratar de uma personagem que não sabe sequer se ela é Gisela ou Guisela; uma personagem que não consegue se sentir uma, um único ser; uma personagem que não se sente digna do dom da vida.
Ela delicadamente fala de um conflito que as pessoas costumam ter em alguma parte da vida: não saber se ela é quem ela acha que é, ou se ela é quem as pessoas acham que ela é; ou ainda se ela não é nenhuma dessas duas, e sim uma mistura híbrida de tudo aquilo (e aqueles) que ela ama com o que ela odeia... E por não saber nada disto, também não consegue saber quem quer ser, não é capaz de definir seus sentimentos em relação ao mundo, às pessoas e a si mesma, e não pode imaginar um futuro. Ela se encontra à beira da tênue linha que separa o concreto do imaginário, o real do ilusório, a vida da morte.
Resumindo: é um romance bem psicológico de uma garota perdida em sua própria existência.
(Belíssimo.)
É a sua vez de jogar
Há 9 anos
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