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domingo, 3 de fevereiro de 2013
"The basis of shame is not some personal mistake of ours, but the ignominy, the humiliation we feel that we must be what we are without any choice in the matter, and that this humiliation is seen by everyone." (Kundera)
"(...) Sou imparcial como a neve. Nunca preferi o pobre ao rico, Como, em mim, nunca preferi nada a nada.
Vi sempre o mundo independentemente de mim. Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas, Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja. Acima de tudo o mundo externo! Eu que me agüente comigo e com os comigos de mim. (...)"
Contudo - Álvaro de Campos
"Eu ando pelo mundo divertindo gente, Chorando ao telefone E vendo doer a fome Dos meninos que têm fome..."
Esquadros - Adriana Calcanhoto
"(...) Assim vi a Federico Entre dois canos de arma A fitar-me estranhamente Como querendo falar-me Hoje sei que teve medo Diante do inesperado E foi maior seu martírio Do que a tortura da carne.
Hoje sei que teve medo Mas sei que não foi covarde Pela curiosa maneira Com que de longe me olhava Como quem me diz: a morte É sempre desagradável Mas antes morrer ciente Do que viver enganado. (...)"
A morte de madrugada - Vinícius de Moraes
"(...) Não, cansaço não é... É eu estar existindo E também o mundo, Com tudo aquilo que contém, Como tudo aquilo que nele se desdobra E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais. (...)"
Não, não é cansaço... - Álvaro de Campos
"(...) Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos."
Velho Tema I - Vicente de Carvalho
"(...) Os pés do chefe de família estão vermelhos Mas os sapatos estão bem engraxados Melhor despertar inveja do que piedade."
Roupa Suja - Jacques Prévert
"A morte de que falavam os poemas de Jaromil tinha pouca coisa em comum com a morte real. A morte torna-se real quando começa a penetrar no interior do homem através do envelhecimento. Mas, para Jaromil, ela estava infinitamente distante; ela era abstrata; para ele a morte não era uma realidade, mas um sonho. Mas o que ele procurava nesse sonho? Procurava a imensidão. Sua vida estava desesperadamente pequena, tudo o que o cercava era sem graça e cinza. E a morte é absoluta; é indivisível e indissolúvel."
A Vida Está Em Outro Lugar - Milan Kundera
"(...) Não amadureci ainda bastante para aceitar a morte das coisas que minhas coisas são, sendo de outrem, e até aplaudi-la, quando for o caso. (Amadurecerei um dia?) (...)"
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