sábado, 12 de julho de 2008

Tudo passa...

... tudo passará ...


Existe, no CAHK (Centro Acadêmico Hugo Kremer: é o centro acadêmico dos estudantes do curso de Física da Universidade Federal do Paraná, do qual eu costumava ser diretora, mas isto é passado), CA para os íntimos (leia-se cê-á, e não ), dois discos do Pink Floyd. Antes do CA eu nunca tinha ouvido o som de um vinil, e nem Pink Floyd.
Um dos discos existentes é o THE FINAL CUT, e eu imaginava que o nome do outro disco do Pink Floyd - o que eu mais gostava, que mais ouvia, e que para mim é símbolo do CA -, era HARVEST - que, na realidade, é o nome da gravadora do disco (ok, em minha defesa eu devo dizer que eu não conhecia ABSOLUTAMENTE NADA a respeito de vinis... e HARVEST estava muito maior do que o nome do vinil mesmo, logo era lógico eu pensar isto...); enfim, como eu saí do curso e do CA, as músicas que eu ouvia ficaram na lembrança, e eu as queria resgatar. Eu procurei desesperadamente aquelas músicas que eu amava e que significavam muito para mim, mas eu não as encontrava (não é necessário explicar o porquê =/ ).
Em meu coração ficou um vazio enorme; eu não conseguia encontrar o que me foi perdido...
...
Mas hoje, em um momento de inspiração, a solução veio em minha cabeça, e eu fiquei com vontade de levá-la ao encontro - várias vezes e em grande velocidade - à parede mais próxima, de tão simples que era: buscar na discografia deles o nome do albúm, que eu havia de puxar pela memória e reconhecer.
Ok.
...
Eu encontrei.
E assim que tocou a primeira nota, caiu a primeira lágrima.
...
Ah! A propósito, o nome do disco é MEDDLE.
...


Onze e meia da noite de um sábado, eu estou em casa, sóbria, na internet. Remoendo lágrimas, amargurando lembranças.
Lembranças de uma existência que já se foi; uma realidade que não mais voltará. Momentos que eu passei em uma sala de mais ou menos 25 metros quadrados, de paredes verdes, teto xadrez de onde saía um cone ("the pet cemitery!"), tomando bera em latas azuis de Antártica, jogando as vazias no carrinho do mercado... E ouvindo Pink Floyd.
Às vezes jogando pebolim, às vezes jogando truco, às vezes conversando, às vezes rindo, às vezes apenas estando lá, em silêncio...
Sempre as mesmas pessoas - Rose (cara, como Pink Floyd me lembra da Rose! ), Chinês, Ju, Zé, Manu, Fer; um ou outro calouro aleatório; um ou outro veterano, que variava, mas sempre tinha um ou outro das antigas lá... -; sempre as mesmas piadas ( Quem...? Perguntou!! Ah!!! ); sempre as mesmas músicas; sempre a mesma felicidade de estar ali; sempre, sempre o mesmo...
Até o momento que eu resolvi deixar esta imagem apenas na saudade...
Sim, eu sei que não duraria para sempre, que um dia esta imagem seria apenas uma lembrança...

Mas mesmo assim...

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