quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"Um dia, quando já não houver império britânico nem república norte-americana, haverá Shakespeare; quando não se falar inglês, falar-se-á Shakespeare." (Machado de Assis)



Semana passada, no projeto Entrelinhas do colégio, o professor trouxe uma folha com várias citações do Machado, e era para escolher uma entre elas e fazer uma dissertação a respeito. Essa foi a minha escolhida logo de cara: simplesmente ADOREI!

Eu já tinha pensado a respeito; 'São Bernardo' me fez pensar nisto.



É claro que a política afeta as milhões de vidas existentes no planeta; isto é óbvio. A situação economica mundial determina quem vive e quem morre no mundo. Mas, mesmo assim, ela é apenas o enredo da história humana. Só.



Quando a gente vai ao teatro, não o fazemos para saber uma história dele. Não. Se fosse assim, a gente lia apenas o resumo da peça em casa, é bem mais fácil.

A gente vai ao teatro pra ver a atuação, pra ver e sentir o conflito; a gente vai por causa da sensação que ele nos proporciona. Queremos sentir.



É simples: ao lermos a "Rosa de Hiroshima", de Vinícius, não nos vem a cabeça toda a situação político-econômica que levou à utilização da bomba atômica. Não; o que nos vem à cabeça - ou melhor, ao coração - são as milhares de vidas que foram perdidas neste ato; são as milhares de vida que foram marcadas por gerações devido à desumanização do homem no ocaso da guerra.

É o nosso lado emocional que comanda nesse momento.



O caso é que o homem tende a esquecer tudo aquilo que é exterior a ele. Tem um ditado mesmo que diz: "você só se lembra do soco que você recebeu." (é, não sei bem se é um ditado, mas alguém alguma vez me disse isso). Mas é verdade. Se é você que dá o soco, você se esquece - não doeu em ti. Mas, se você recebe, irás te lembrar sempre.

Tente se lembrar de um dia qualquer do ano passado: 15 de maio, por exemplo, o que você fez nesse dia? Provavelmente você só irá se lembrar se foi um dia que aconteceu algo de especial, algo que mexeu com a sua emoção. Se não, já era.



A arte é uma forma do ser humano extravasar este sentimento; deixar fluir o emocional perante o racional. E que seja na forma de música, poesia, pintura, o que seja; mas seja arte.

É por isso que a arte fica. Porque, no final das contas, é o lado humano que importa.

2 comentários:

Edson Marques disse...

Maya,

Machado e Shakespeare: indispensáveis!

Agradeço pela publicação do meu poema MUDE, aqui, em 18/09/2008.


Livro Mude, com prefácio de Antonio Abujamra, acaba de ser lançado pela Pandabooks / Original.

Detalhes no blog Mude: http://mude.blogspot.com

Mude,
mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.

(...)


Abraços, flores, estrelas.

Lucemary disse...

"É por isso que a arte fica. Porque, no final das contas, é o lado humano que importa."