sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Poema de Natal (Vinícius de Moraes)

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixam, graves e simples.

Pois para isso somos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Um ComTato (Extromodos)

Sei lá, olha o tempo que eu quis cantar você

Olha o canto que eu fiz com tempo, eu sei

Tanto tempo
Sobra todo o tempo que eu fiz parar pra ver
Quanto homem morto dentro
Não por fraco / pensamento mal calado
E agora espero todo o tempo não calado

Faço ainda um contato / ainda volto pro normal
Ainda te quero muito tempo ao meu lado
Engulo o choro, amargurado
Só espero que você esteja melhor que eu

Quanto tempo faz? lembro de você
Coisas de criança / quantas mágoas não fizemos nos sofás daqui

Foda

Noite passada foi foda de dormir.
Na realidade toda noite é foda de dormir nessa TPV maldita (tensão pré-vestibular), mas ontem eu estava lembrando de uma amiga minha, muito muito muito querida.

É complicado quando a gente percebe que a gente é bem pior daquilo que imaginávamos; quando nós descobrimos que somos maus. Que somos falsos. Que somos hipócritas.

A amizade é uma coisa que eu prezo pra caramba. Eu tenho a necessidade de ter amigos. E eu quero ser o melhor para eles, também.

Amadurecer é difícil. É difícil levar porrada da vida.
Só que é mais fácil quando outra pessoa que bate. Quando é alguém que nos derruba, que nos empurra, que nos machuca.
Foda é quando você percebe que foi você mesma quem ferrou geral - com a sua vida e com a vida de uma outra pessoa. Aquela, a quem você considerava amiga e que você queria ser a melhor.

Droga.

...

Agora é pedir perdão e conviver com a culpa.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Protesto!

Pô!
Eu tava aqui digitando um post massa pro blog e a maldita da minha havaiana não me arrebentou?
Arrebentou mesmo, não é que ela simplesmente saiu do buraquinho certo; a tira dela ESTOUROU!!!! Saco saco saco again!!!

...

Até perdi o fio da meada. Outro dia posto algo mais decente.

Mulos

Ontem eu estava lendo uma revista, a Istoé, de 01/10/08. Teve uma reportagem que que fiquei de cara: Pensou, ligou: empresa americana lança celular comandado por ondas cerebrais.

Como assim, meu, pelo pensamento? Que sinistro!

Cara, tecnologia é foda! Cada coisa ainda por descobrir! Cada maravilha que nos é possível, tudo graças ao conhecimento e à ciência (esta tecnologia que me fez envergar para a área da física).

A reportagem de capa desta revista era sobre os médiuns. Sinceramente, eu não acredito nisto, e então eu fiquei imaginando o que faria estas pessoas sentirem ou dizerem sentir que realmente têm o dom de "conversar" com o "outro lado". E então eu lembrei do Mulo.

O Mulo é um personagem do livro Fundação e Império, do Asimov (ps: se alguém tem em mente ler o livro e não quer estragar a surpresa do final, nem termine este parágrafo). Em um futuro distante, onde existe o hiper-espaço e Império Galático (e isto tudo antes de Star Wars), o Mulo é um mutante, capaz de ler e de controlar os sentimentos humanos.

Então eu fiquei pensando: bah, o ser humano é um ser tão limitado! A luz, por exemplo. A luz é uma onda eletromagnética, e o homem só pode enxergar as ondas eletromagnéticas que possuem uma freqüência entre 4,5*10^14 a 7,5*10^14 - esta é a chamada luz visível. Toda onda eletromagnética que tem freqüência menor ou maior do que esta nos é invisível. Quer dizer, os nossos órgãos visuais só captam uma fração ínfima da luz - e com esta fraçãozinha a gente pinta um arco íris e ainda acha lindo!

Então, será que este "poder" de falar com os que já se foram não é na realidade um sexto sentido, algo como uma mutação? Isto admitindo que eu esteja certa e que realmente não exista este outro lado, claro. Porque, imagino eu, quem procura este tipo de pessoa está com a intenção de se comunicar com algum ente querido; ou seja, está pensando neste ente. Será que estes médiuns não são, na verdade, uma espécie de "mutantes", seres evoluídos, e que são capazes de (ok, perdoem a minha viagem) ler os pensamentos?

Eu sei, é meio pirado, mas é uma idéia minha... Como se estes médiuns fossem uma espécie de Mulos modificados... Mas, ué? O celular do início do post faz isso, não faz? Pela tecnologia EEG (usado em eletroencefalograma). E, se o homem está sempre evoluindo, porque não é possível alguém possuir, em um futuro próximo - ou mesmo agora - esta capacidade?

Que pira, hein?!?!?

:)

domingo, 9 de novembro de 2008

Saco.

Stress. Mau humor. Impaciência. Uma semana para o vestibular da UFPR. Uma semana para estar em Curitiba. Uma mês para o primeiro dia do vestibular do ITA. Bahia à vista. Sem saco para estudar. Sem saco para ler. Sem saco para escrever. Algo decente, claro. Sem saco para fazer coisa alguma. Querendo que este mês passe logo, mas ao mesmo tempo ansiosa. Sem dormir direito. Querendo fazer alguma coisa diferente, mas sem ânimo/dinheiro/disposição/idéia do que fazer. Sem companhia para fazer algo assim também. Sem amigos próximos. Ô vida inútil. O tempo não passa. Saco. Saco. Saco.